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|translator=Tradução de {{person link|Melina Bentes }} | |translator=Tradução de {{person link|Melina Bentes }} | ||
|notes=Esta tradução está baseada na edição ''Notes Dictated to G. E. Moore in Norway'' | |notes=Esta tradução está baseada na edição: Ludwig Wittgenstein, ''Notes Dictated to G. E. Moore in Norway'', Appendix II from ''Notebooks 1914-1916'', edited by G. H. Von Wright and G. E. M. Anscombe, Harper Torchbooks, New York: Harper & Row Publishers, 2nd edition, 1984, e foi revisada por Cristiano Moita. O texto da língua original está em domínio público no seu país de origem e em outros países e áreas onde o período de proteção dos direitos autorais é igual à vida do autor mais 70 anos ou menos. Esta tradução está publicada no website do Projeto Ludwig Wittgenstein sob os termos da licença [https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual]. | ||
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A ''proposição variável'' p ⊃ p não é idêntica à ''proposição variável'' ~(p.~p). As universais correspondentes ''seriam'' idênticas. A proposição variável ~(p.~p) mostra que de ~(p.q) você obtém uma tautologia substituindo ~p por q, enquanto a outra não mostra isso. | A ''proposição variável'' p ⊃ p não é idêntica à ''proposição variável'' ~(p.~p). As universais correspondentes ''seriam'' idênticas. A proposição variável ~(p.~p) mostra que de ~(p.q) você obtém uma tautologia substituindo ~p por q, enquanto a outra não mostra isso. | ||
É muito importante perceber que, quando você tem duas relações diferentes (a,b)R, (c,d)S, isso ''não'' estabelece uma correlação entre a e c, e b e d, ou a e d, e b e c: não existe nenhuma correlação assim estabelecida. É claro, no caso de dois pares de termos unidos pela ''mesma'' relação, existe uma correlação. Isso mostra que a teoria que sustentou que um fato relacional contendo os termos e as relações unidos por uma ''cópula'' ( | É muito importante perceber que, quando você tem duas relações diferentes (a,b)R, (c,d)S, isso ''não'' estabelece uma correlação entre a e c, e b e d, ou a e d, e b e c: não existe nenhuma correlação assim estabelecida. É claro, no caso de dois pares de termos unidos pela ''mesma'' relação, existe uma correlação. Isso mostra que a teoria que sustentou que um fato relacional contendo os termos e as relações unidos por uma ''cópula'' (ε<sub>2</sub>) é uma inverdade; pois, se isso fosse o caso, existiria uma correspondência entre os termos de diferentes relações. | ||
A questão surge: como pode uma proposição (ou função) ocorrer em outra proposição? A proposição ou função por si só não pode possivelmente ficar em relação a outros símbolos. Por essa razão nós devemos introduzir funções assim como nomes de uma vez na nossa forma geral de uma proposição; explicando o que se quer dizer, atribuindo significado ao fato de que os nomes ficam entre a | A questão surge: como pode uma proposição (ou função) ocorrer em outra proposição? A proposição ou função por si só não pode possivelmente ficar em relação a outros símbolos. Por essa razão nós devemos introduzir funções assim como nomes de uma vez na nossa forma geral de uma proposição; explicando o que se quer dizer, atribuindo significado ao fato de que os nomes ficam entre a |,<ref>No original, “''meaning''” está traduzido por “significado” neste trabalho, e não “''sense''” como o substantivo em alemão “''Sinn''” entre parênteses pode sugerir.</ref> e que a função fica à esquerda dos nomes. | ||
É verdadeiro, em certo sentido, que proposições lógicas são “postulados” - algo que nós “demandamos”; pois nós demandamos uma notação satisfatória. [Cf. 6.1223.] | É verdadeiro, em certo sentido, que proposições lógicas são “postulados” - algo que nós “demandamos”; pois nós demandamos uma notação satisfatória. [Cf. 6.1223.] |