Notas Ditadas a G.E. Moore na Noruega: Difference between revisions

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{{p right|Abril, 1914}}
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Proposições assim chamadas lógicas ''mostram'' [as] propriedades lógicas da linguagem, e portanto, do Universo, mas nada ''dizem.'' [Cf. 6.12.]
Proposições assim chamadas lógicas ''mostram'' [as] propriedades lógicas da linguagem, e portanto, do Universo, mas nada ''dizem.'' <!-- [Cf. 6.12.] -->


Isso significa que, por meramente olhar para elas, você consegue ''ver'' essas propriedades; enquanto que, em uma proposição adequada, você não consegue ver o que é verdade, apenas olhando para ela. [Cf. 6.113.]
Isso significa que, por meramente olhar para elas, você consegue ''ver'' essas propriedades; enquanto que, em uma proposição adequada, você não consegue ver o que é verdade, apenas olhando para ela. <!-- [Cf. 6.113.] -->


É impossível ''dizer'' o que essas propriedades são, pois, para fazer isso,você precisaria de uma linguagem, que não possui as propriedades em questão, e é impossível que isso seja uma linguagem ''própria''. Impossível construir [uma] linguagem ilógica.
É impossível ''dizer'' o que essas propriedades são, pois, para fazer isso,você precisaria de uma linguagem, que não possui as propriedades em questão, e é impossível que isso seja uma linguagem ''própria''. Impossível construir [uma] linguagem ilógica.
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Como, geralmente, proposições lógicas mostram essas propriedades funciona assim: Nós damos uma certa descrição para uma espécie de símbolo; nós descobrimos que outros símbolos, combinados de certos modos, produzem um símbolo dessa descrição; e ''que'' elas mostram algo sobre esses símbolos.
Como, geralmente, proposições lógicas mostram essas propriedades funciona assim: Nós damos uma certa descrição para uma espécie de símbolo; nós descobrimos que outros símbolos, combinados de certos modos, produzem um símbolo dessa descrição; e ''que'' elas mostram algo sobre esses símbolos.


Em regra, a descrição [fornecida] na Lógica ordinária é a descrição de uma tautologia; mas ''outras'' podem expor igualmente bem, e.g., uma contradição. [Cf. 6.1202.]
Em regra, a descrição [fornecida] na Lógica ordinária é a descrição de uma tautologia; mas ''outras'' podem expor igualmente bem, e.g., uma contradição. <!-- [Cf. 6.1202.] -->


Toda proposição ''real mostra'' alguma coisa, além do que diz, sobre o Universo: ''pois'', se ela não tem sentido, não pode ser utilizada; e se tem sentido, ela espelha alguma propriedade lógica do Universo.
Toda proposição ''real mostra'' alguma coisa, além do que diz, sobre o Universo: ''pois'', se ela não tem sentido, não pode ser utilizada; e se tem sentido, ela espelha alguma propriedade lógica do Universo.


E.g., considere ϕa, ϕa '''⊃''' ψa, ψa. Por meramente olhar esses três [símbolos], eu posso perceber que 3 se segue de 1 e 2; i.e. eu posso perceber o que é chamado de verdade de uma proposição lógica, isto é, d[a] proposição ϕa. ϕa '''⊃''' ψa : '''⊃''' : ψa. Mas isso ''não'' é uma proposição; pois, ao perceber que isso é uma tautologia, eu posso ver o que eu já vi ao olhar as três proposições: a diferença é que ''agora'' eu vejo que {{small caps|aquilo}} é uma tautologia. [Cf. 6.1221.].
E.g., considere ϕa, ϕa '''⊃''' ψa, ψa. Por meramente olhar esses três [símbolos], eu posso perceber que 3 se segue de 1 e 2; i.e. eu posso perceber o que é chamado de verdade de uma proposição lógica, isto é, d[a] proposição ϕa. ϕa '''⊃''' ψa : '''⊃''' : ψa. Mas isso ''não'' é uma proposição; pois, ao perceber que isso é uma tautologia, eu posso ver o que eu já vi ao olhar as três proposições: a diferença é que ''agora'' eu vejo que {{small caps|aquilo}} é uma tautologia. <!-- [Cf. 6.1221.] -->.


Nós queremos dizer que, para entender [o] dito acima, quais propriedades um símbolo deve ter, para que seja uma tautologia.
Nós queremos dizer que, para entender [o] dito acima, quais propriedades um símbolo deve ter, para que seja uma tautologia.
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Esse é o procedimento d[a] chamada Lógica ''antiga'': fornece proposições primitivas; chamadas regras de dedução; e então diz o que você tem aplicando as regras às proposições, é uma proposição ''lógica'' que você ''provou.'' A verdade é, ela diz algo sobre o tipo de proposição que você tem, viz. [''videlicet'' = isto é] que ela pode ser derivada dos primeiros símbolos por essas regras de combinação (= é uma tautologia).
Esse é o procedimento d[a] chamada Lógica ''antiga'': fornece proposições primitivas; chamadas regras de dedução; e então diz o que você tem aplicando as regras às proposições, é uma proposição ''lógica'' que você ''provou.'' A verdade é, ela diz algo sobre o tipo de proposição que você tem, viz. [''videlicet'' = isto é] que ela pode ser derivada dos primeiros símbolos por essas regras de combinação (= é uma tautologia).


Assim, se dissermos que uma proposição ''lógica'' ''se segue'' logicamente de outra, isso quer dizer algo bem diferente de dizer que uma proposição ''real'' se segue logicamente de ''outra''. Pois a chamada ''prova'' de uma proposição lógica não prova sua ''verdade'' (proposições lógicas não são nem verdadeiras nem falsas) mas prova ''que'' é uma proposição lógica (= é uma tautologia). [Cf. 6.1264]
Assim, se dissermos que uma proposição ''lógica'' ''se segue'' logicamente de outra, isso quer dizer algo bem diferente de dizer que uma proposição ''real'' se segue logicamente de ''outra''. Pois a chamada ''prova'' de uma proposição lógica não prova sua ''verdade'' (proposições lógicas não são nem verdadeiras nem falsas) mas prova ''que'' é uma proposição lógica (= é uma tautologia). <!-- [Cf. 6.1264] -->


Proposições lógicas são ''formas de prova'': elas ''mostram'' que uma ou mais proposições ''se seguem'' de uma (ou mais). [Cf. 6.1264]
Proposições lógicas são ''formas de prova'': elas ''mostram'' que uma ou mais proposições ''se seguem'' de uma (ou mais). <!-- [Cf. 6.1264] -->


Proposições lógicas ''mostram'' algo, ''porque'' a linguagem na qual elas são expressadas pode ''dizer'' tudo o que pode ser ''dito''.
Proposições lógicas ''mostram'' algo, ''porque'' a linguagem na qual elas são expressadas pode ''dizer'' tudo o que pode ser ''dito''.
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{{p indent|(1) quer dizer: (∃x) . ϕx . x <nowiki>=</nowiki> a}}
{{p indent|(1) quer dizer: (∃x) . ϕx . x <nowiki>=</nowiki> a}}


{{p indent|(2) quer dizer: (∃x, ψξ) . ϕA <nowiki>=</nowiki> ψx . ϕx.<ref>ξ é a marca de Frege de um ''Argumentstelle'' [posição do argumento], para mostrar que ψ é uma ''Funktionsbuchstabe'' [letra de função] [Edd.].</ref>}}
{{p indent|(2) quer dizer: (∃x, ψξ) . ϕA <nowiki>=</nowiki> ψx . ϕx.<!-- <ref>ξ é a marca de Frege de um ''Argumentstelle'' [posição do argumento], para mostrar que ψ é uma ''Funktionsbuchstabe'' [letra de função] [Edd.].</ref> -->}}


''Uso de proposições lógicas''. Você pode ter uma tão complicada que você não consegue, ao olhar para ela, ver que é uma tautologia; mas você mostrou que pode ser derivada por determinas operações a partir de certas outras proposições de acordo com nossa regra para construir tautologias; e assim você está habilitado para ver que uma coisa se segue da outra, quando você não seria capaz de ver isso de outro modo. E.g., se nossa tautologia é d[a] forma p ⊃ q você pode ver que p se segue de p; e assim por diante.
''Uso de proposições lógicas''. Você pode ter uma tão complicada que você não consegue, ao olhar para ela, ver que é uma tautologia; mas você mostrou que pode ser derivada por determinas operações a partir de certas outras proposições de acordo com nossa regra para construir tautologias; e assim você está habilitado para ver que uma coisa se segue da outra, quando você não seria capaz de ver isso de outro modo. E.g., se nossa tautologia é d[a] forma p ⊃ q você pode ver que p se segue de p; e assim por diante.
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Nós queremos explicar a relação das proposições com a realidade.
Nós queremos explicar a relação das proposições com a realidade.


A relação é a seguinte: Seus simples têm significado = são nomes de simples; e suas relações tem uma relação bem diferente com relações; e esses dois fatos já estabelecem uma espécie de correspondência entre a proposição que contém esses, e apenas esses, e a realidade: i.e. se todos os simples de uma proposição são conhecidos, nós já sabemos que {{small caps|podemos}} descrever a realidade ao dizer que ela se ''comporta''<ref>Presumivelmente “verhält sich zu”, i.e. “está relacionado” [Edd.].</ref> de um certo modo para o todo da proposição. (Isso equivale dizer que nós podemos ''comparar'' realidade com proposição. No caso de duas linhas, nós podemos ''compará-las'' em relação ao seu comprimento sem nenhuma convenção: a comparação é automática. Mas no nosso caso a possibilidade da comparação depende das convenções pelas quais nós damos sentido aos nossos simples (nomes e relações).
A relação é a seguinte: Seus simples têm significado = são nomes de simples; e suas relações tem uma relação bem diferente com relações; e esses dois fatos já estabelecem uma espécie de correspondência entre a proposição que contém esses, e apenas esses, e a realidade: i.e. se todos os simples de uma proposição são conhecidos, nós já sabemos que {{small caps|podemos}} descrever a realidade ao dizer que ela se ''comporta''<!--<ref>Presumivelmente “verhält sich zu”, i.e. “está relacionado” [Edd.].</ref>--> de um certo modo para o todo da proposição. (Isso equivale dizer que nós podemos ''comparar'' realidade com proposição. No caso de duas linhas, nós podemos ''compará-las'' em relação ao seu comprimento sem nenhuma convenção: a comparação é automática. Mas no nosso caso a possibilidade da comparação depende das convenções pelas quais nós damos sentido aos nossos simples (nomes e relações).


Apenas resta fixar o método de comparação ao dizer ''o quê'' sobre nossos simples é ''dizer'' o quê sobre a realidade. E.g., suponha que peguemos duas linhas de comprimentos diferentes: e dizemos que o fato de a menor ser de um comprimento que é quer dizer que a maior é do comprimento que ''ela'' é. Nós deveríamos então ter estabelecido uma convenção quanto ao sentido da menor, do tipo que vamos dar agora.
Apenas resta fixar o método de comparação ao dizer ''o quê'' sobre nossos simples é ''dizer'' o quê sobre a realidade. E.g., suponha que peguemos duas linhas de comprimentos diferentes: e dizemos que o fato de a menor ser de um comprimento que é quer dizer que a maior é do comprimento que ''ela'' é. Nós deveríamos então ter estabelecido uma convenção quanto ao sentido da menor, do tipo que vamos dar agora.
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''Proposições lógicas'', {{small caps|é claro}}, todas mostram algo diferente: todas elas mostram, ''do mesmo modo'', viz. pelo fato de que elas são tautologias, mas elas são diferentes tautologias e portanto cada uma mostra algo diferente.
''Proposições lógicas'', {{small caps|é claro}}, todas mostram algo diferente: todas elas mostram, ''do mesmo modo'', viz. pelo fato de que elas são tautologias, mas elas são diferentes tautologias e portanto cada uma mostra algo diferente.


O que é não-arbitrário sobre nossos símbolos não são eles, nem as regras que damos; mas o fato de que, tendo dadas certas regras, outras são fixadas = se seguem logicamente. [Cf. 3.342.]
O que é não-arbitrário sobre nossos símbolos não são eles, nem as regras que damos; mas o fato de que, tendo dadas certas regras, outras são fixadas = se seguem logicamente. <!-- [Cf. 3.342.] -->


Assim, embora fosse possível interpretar a forma que tomamos como a forma de uma tautologia, como de uma contradição e vice versa, elas ''são'' diferentes na forma lógica porque, apesar da forma aparente dos símbolos ser a mesma, o que ''simboliza'' neles é diferente, e por isso o que se segue sobre os símbolos de uma interpretação vai ser diferente do que se segue de outra. Mas a diferença entre a e b ''não'' é uma forma lógica, de modo que nada vai se seguir dessa diferença sozinha quanto a interpretação de outros símbolos. Então, e.g., p.q., p ∨ q parecem símbolos da exata ''mesma'' forma lógica na notação ab. Ainda assim elas dizem algo inteiramente diferente; e, se você perguntar por quê, a resposta parece ser: Em um caso o esboço em cima tem o formato b, em outro o formato a. Enquanto que a interpretação de uma tautologia como uma tautologia é uma interpretação de uma ''forma lógica'', não o fornecimento de um significado para o rascunho de uma forma particular. O que importa é que a interpretação da forma do simbolismo deve ser fixada dando uma interpretação para suas ''propriedades lógicas'', e ''não'' dando interpretações para rascunhos particulares.
Assim, embora fosse possível interpretar a forma que tomamos como a forma de uma tautologia, como de uma contradição e vice versa, elas ''são'' diferentes na forma lógica porque, apesar da forma aparente dos símbolos ser a mesma, o que ''simboliza'' neles é diferente, e por isso o que se segue sobre os símbolos de uma interpretação vai ser diferente do que se segue de outra. Mas a diferença entre a e b ''não'' é uma forma lógica, de modo que nada vai se seguir dessa diferença sozinha quanto a interpretação de outros símbolos. Então, e.g., p.q., p ∨ q parecem símbolos da exata ''mesma'' forma lógica na notação ab. Ainda assim elas dizem algo inteiramente diferente; e, se você perguntar por quê, a resposta parece ser: Em um caso o esboço em cima tem o formato b, em outro o formato a. Enquanto que a interpretação de uma tautologia como uma tautologia é uma interpretação de uma ''forma lógica'', não o fornecimento de um significado para o rascunho de uma forma particular. O que importa é que a interpretação da forma do simbolismo deve ser fixada dando uma interpretação para suas ''propriedades lógicas'', e ''não'' dando interpretações para rascunhos particulares.
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{{p indent|p é falso <nowiki>=</nowiki> ~(p é verdadeiro) Def.}}
{{p indent|p é falso <nowiki>=</nowiki> ~(p é verdadeiro) Def.}}


É muito importante que as aparentes relações lógicas ∨, ⊃, etc. precisem de colchetes, pontos, etc., i.e. ter “gamas”; que por si só mostra que eles não são relações. Esse fato tem sido menosprezado, porque é muito universal – a coisa mesma que deixa isso importante. [Cf. 5.461.]
É muito importante que as aparentes relações lógicas ∨, ⊃, etc. precisem de colchetes, pontos, etc., i.e. ter “gamas”; que por si só mostra que eles não são relações. Esse fato tem sido menosprezado, porque é muito universal – a coisa mesma que deixa isso importante. <!-- [Cf. 5.461.] -->


Existem relações ''internas'' entre uma proposição e outra; mas uma proposição não pode ter com outra ''a'' relação interna que um ''nome'' tem com a proposição da qual seja constituinte e que deveria significar ao dizer que “ocorre” nela. Nesse sentido, uma proposição não pode “ocorrer” em outra.
Existem relações ''internas'' entre uma proposição e outra; mas uma proposição não pode ter com outra ''a'' relação interna que um ''nome'' tem com a proposição da qual seja constituinte e que deveria significar ao dizer que “ocorre” nela. Nesse sentido, uma proposição não pode “ocorrer” em outra.
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A proposição (∃x) . ϕx . x = a : = : ϕa pode ser vista como uma tautologia, se alguém expressas as ''condições'' de verdade de (∃x) . ϕx . x = a, sucessivamente, e.g., dizendo: isso é verdade ''se'' isso e aquilo, e isso novamente é verdade ''se'' isso e aquilo, etc., pois (∃x) . ϕx . x = a; e então também para ϕa. Expressar a questão desse modo é uma notação desajeitada, da qual a ab-notação é uma tradução mais arrumada.  
A proposição (∃x) . ϕx . x = a : = : ϕa pode ser vista como uma tautologia, se alguém expressas as ''condições'' de verdade de (∃x) . ϕx . x = a, sucessivamente, e.g., dizendo: isso é verdade ''se'' isso e aquilo, e isso novamente é verdade ''se'' isso e aquilo, etc., pois (∃x) . ϕx . x = a; e então também para ϕa. Expressar a questão desse modo é uma notação desajeitada, da qual a ab-notação é uma tradução mais arrumada.  


O que simboliza em um símbolo é o que é comum a todos os símbolos que poderiam, de acordo com as regras da lógica = regras sintéticas para manipulação de símbolos, ser substituídos por ela. [Cf. 3.344.]
O que simboliza em um símbolo é o que é comum a todos os símbolos que poderiam, de acordo com as regras da lógica = regras sintéticas para manipulação de símbolos, ser substituídos por ela. <!-- [Cf. 3.344.] -->


A questão sobre se uma proposição tem sentido (Sinn) nunca pode depender da ''verdade'' de outra proposição sobre um constituinte da primeira. E.g., a questão de se (x) x=x tem significado (Sinn)<ref>Possivelmente “entre as barras verticais (''Sheffer-strokes'')” [Edd.].</ref> não pode depender da questão se (∃x) x=x é ''verdadeiro''. Não descreve a realidade de nenhum modo, e lida unicamente com símbolos; e diz que eles devem ''simbolizar'', mas não ''o que'' eles simbolizam.
A questão sobre se uma proposição tem sentido (Sinn) nunca pode depender da ''verdade'' de outra proposição sobre um constituinte da primeira. E.g., a questão de se (x) x=x tem significado (Sinn)<!--<ref>Possivelmente “entre as barras verticais (''Sheffer-strokes'')” [Edd.].</ref>--> não pode depender da questão se (∃x) x=x é ''verdadeiro''. Não descreve a realidade de nenhum modo, e lida unicamente com símbolos; e diz que eles devem ''simbolizar'', mas não ''o que'' eles simbolizam.


É óbvio que os pontos e colchetes são símbolos, e óbvio que eles não têm nenhum significado ''independente''. Você deve, portanto, para introduzir as chamadas “constantes lógicas” adequadamente, introduzir a noção geral de ''todas as possíveis'' combinações delas = a forma geral de uma proposição. Você, portanto, introduz ambas ab-funções, identidade e universalidade (as três constantes fundamentais) simultaneamente.
É óbvio que os pontos e colchetes são símbolos, e óbvio que eles não têm nenhum significado ''independente''. Você deve, portanto, para introduzir as chamadas “constantes lógicas” adequadamente, introduzir a noção geral de ''todas as possíveis'' combinações delas = a forma geral de uma proposição. Você, portanto, introduz ambas ab-funções, identidade e universalidade (as três constantes fundamentais) simultaneamente.
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A questão surge: como pode uma proposição (ou função) ocorrer em outra proposição? A proposição ou função por si só não pode possivelmente ficar em relação a outros símbolos. Por essa razão nós devemos introduzir funções assim como nomes de uma vez na nossa forma geral de uma proposição; explicando o que se quer dizer, atribuindo significado ao fato de que os nomes ficam entre a |,<ref>No original, “''meaning''” está traduzido por “significado” neste trabalho, e não “''sense''” como o substantivo em alemão “''Sinn''” entre parênteses pode sugerir.</ref> e que a função fica à esquerda dos nomes.
A questão surge: como pode uma proposição (ou função) ocorrer em outra proposição? A proposição ou função por si só não pode possivelmente ficar em relação a outros símbolos. Por essa razão nós devemos introduzir funções assim como nomes de uma vez na nossa forma geral de uma proposição; explicando o que se quer dizer, atribuindo significado ao fato de que os nomes ficam entre a |,<ref>No original, “''meaning''” está traduzido por “significado” neste trabalho, e não “''sense''” como o substantivo em alemão “''Sinn''” entre parênteses pode sugerir.</ref> e que a função fica à esquerda dos nomes.


É verdadeiro, em certo sentido, que proposições lógicas são “postulados” – algo que nós “demandamos”; pois nós demandamos uma notação satisfatória. [Cf. 6.1223.]
É verdadeiro, em certo sentido, que proposições lógicas são “postulados” – algo que nós “demandamos”; pois nós demandamos uma notação satisfatória. <!-- [Cf. 6.1223.] -->


Uma tautologia (''não'' uma proposição lógica), não é sem sentido da mesma forma em que, e.g., uma proposição na qual palavras que não têm significado ocorrem. O que acontece nela é que todas as suas partes simples têm significado, mas as conexões entre essas paralisam ou destroem umas às outras, de modo que elas todas estão conectadas somente numa maneira irrelevante.
Uma tautologia (''não'' uma proposição lógica), não é sem sentido da mesma forma em que, e.g., uma proposição na qual palavras que não têm significado ocorrem. O que acontece nela é que todas as suas partes simples têm significado, mas as conexões entre essas paralisam ou destroem umas às outras, de modo que elas todas estão conectadas somente numa maneira irrelevante.
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Diferentes tipos lógicos podem não ter nada em comum. Mas o mero fato de que nós podemos falar sobre a possibilidade de uma relação de n lugares, ou de uma analogia entre um com dois lugares e um com quatro, mostra que relações com diferentes números de lugares têm algo em comum, que, portanto, a diferença não é uma de tipo, mas como a diferença entre nomes diferentes – algo que depende da experiência. Isso responde a questão como podemos saber que realmente obtivemos a forma mais geral de uma proposição. Nós temos apenas introduzir o que é ''comum'' a todas as relações de qualquer número de lugares.
Diferentes tipos lógicos podem não ter nada em comum. Mas o mero fato de que nós podemos falar sobre a possibilidade de uma relação de n lugares, ou de uma analogia entre um com dois lugares e um com quatro, mostra que relações com diferentes números de lugares têm algo em comum, que, portanto, a diferença não é uma de tipo, mas como a diferença entre nomes diferentes – algo que depende da experiência. Isso responde a questão como podemos saber que realmente obtivemos a forma mais geral de uma proposição. Nós temos apenas introduzir o que é ''comum'' a todas as relações de qualquer número de lugares.


A relação de “eu acredito p” para “p” pode ser comparada com a relação de ‘“p” diz (''besagt'') p’ para p: é tão impossível que ''eu'' deveria ser simples como “p” deveria ser. [Cf. 5.542.]
A relação de “eu acredito p” para “p” pode ser comparada com a relação de ‘“p” diz (''besagt'') p’ para p: é tão impossível que ''eu'' deveria ser simples como “p” deveria ser. <!-- [Cf. 5.542.] -->


{{references}}
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[[Category:Previously unpublished translations]]
[[Category:Previously unpublished translations]]