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|original=no | |original=no | ||
|translation copyright=by-sa }} | |translation copyright=by-sa }} | ||
<div class="colophon"> | |||
No corpo do texto são utilizadas as seguintes convenções editoriais: | |||
{| style="width: 100%;" | |||
|[trecho] | |||
|trecho não selecionado para publicação nas primeiras edições das ''Observações sobre "O Ramo de Ouro" de Frazer''. | |||
|- | |||
|ʃ | |||
|trecho do manuscrito não transcrito para o texto datilografado | |||
|- | |||
|ø \ | |||
|trecho do manuscrito não transcrito para o texto datilografado | |||
|- | |||
|ø | |||
|com uma exceção ([[#anchor-1|ver]]), trecho do manuscrito transcrito para o texto datilografado | |||
|- | |||
|{{u|Sublinhado}} | |||
|sublinhado com uma ou mais linhas sólidas retas | |||
|- | |||
|{{udashed|Palavra}} | |||
|sublinhado com linha(s) ondulada(s), quebrada(s) ou pontilhada (s). | |||
|- | |||
|<s>Riscado</s> | |||
|apagado | |||
|- | |||
|//trecho// | |||
|trecho separado por duplas barras inclinadas | |||
|- | |||
|«Inserção» | |||
|trecho inserido acima ou abaixo da linha | |||
|- | |||
|«↓ Inserção» | |||
|marca de inserção acima da linha | |||
|- | |||
|< > | |||
|inserção na linha | |||
|- | |||
|{ } | |||
|inserção ao final do parágrafo | |||
|- | |||
|( ) | |||
|trecho ou palavra colocada entre parênteses. | |||
|} | |||
Algumas vezes também se utilizam os parênteses para traduzir em português termos que Wittgenstein deixou propositadamente em inglês. | |||
</div> | |||
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{{leftaside|ø\}} Acredito que o característico do homem primitivo é que ele nunca age por causa de ''opiniões''{{hidden|<sup>108</sup>}} (contra Frazer). Leio, entre muitos exemplos semelhantes, sobre um Rei da Chuva, na África, a quem o povo roga por chuva ''quando chega o período das chuvas''.{{hidden|<sup>109</sup>}} Isso não significa, porém, que eles queiram propriamente dizer que ele possa fazer chover, se não eles o fariam no período mais seco do ano, em que a terra é "a parched and arid desert" (um queimado e árido deserto). Pois ao se admitir que o povo, certa vez, por estupidez, criou este encargo para o Rei da Chuva, nesse caso fica certamente claro que eles já tinham antes a experiência de que a chuva começa em março, e então teriam{{hidden|<sup>110</sup>}} posto o Rei da Chuva para funcionar na parte restante do ano. Ou então: pela manhã, quando o sol estiver por nascer, os homens celebram{{hidden|<sup>111</sup>}} o rito da alvorada, mas não à noite, quando simplesmente acendem as lâmpadas.{{hidden|<sup>112</sup>}} | {{leftaside|ø\}} Acredito que o característico do homem primitivo é que ele nunca age por causa de ''opiniões''{{hidden|<sup>108</sup>}} (contra Frazer). Leio, entre muitos exemplos semelhantes, sobre um Rei da Chuva, na África, a quem o povo roga por chuva ''quando chega o período das chuvas''.{{hidden|<sup>109</sup>}} Isso não significa, porém, que eles queiram propriamente dizer que ele possa fazer chover, se não eles o fariam no período mais seco do ano, em que a terra é "a parched and arid desert" (um queimado e árido deserto). Pois ao se admitir que o povo, certa vez, por estupidez, criou este encargo para o Rei da Chuva, nesse caso fica certamente claro que eles já tinham antes a experiência de que a chuva começa em março, e então teriam{{hidden|<sup>110</sup>}} posto o Rei da Chuva para funcionar na parte restante do ano. Ou então: pela manhã, quando o sol estiver por nascer, os homens celebram{{hidden|<sup>111</sup>}} o rito da alvorada, mas não à noite, quando simplesmente acendem as lâmpadas.{{hidden|<sup>112</sup>}} | ||
{{leftaside|ø}} Quando estou furioso com algo, bato às vezes minha bengala na terra ou contra uma árvore etc. Mas não acredito que a terra seja culpada ou que a bengala possa ajudar em algo. "Descarrego minha fúria". E todos os ritos são desse tipo. Essas ações podem ser denominadas como ações {{MS reference|(MS 110, p. 297)}} instintivas. – E uma explicação histórica do que talvez eu ou os meus antepassados acreditaram antes, de que bater na terra ajudava em algo, são fantasmagorias, são hipóteses supérfluas que ''nada'' explicam.{{hidden|<sup>113</sup>}} O importante é a semelhança do ato com o meu ato de castigar; porém, mais do que essa semelhança, nada se pode constatar.{{hidden|<sup>114</sup>}} | {{leftaside|ø}} [Quando estou furioso com algo, bato às vezes minha bengala na terra ou contra uma árvore etc. Mas não acredito que a terra seja culpada ou que a bengala possa ajudar em algo. "Descarrego minha fúria". E todos os ritos são desse tipo. Essas ações podem ser denominadas como ações {{MS reference|(MS 110, p. 297)}} instintivas. – E uma explicação histórica do que talvez eu ou os meus antepassados acreditaram antes, de que bater na terra ajudava em algo, são fantasmagorias, são hipóteses supérfluas que ''nada'' explicam.{{hidden|<sup>113</sup>}} O importante é a semelhança do ato com o meu ato de castigar; porém, mais do que essa semelhança, nada se pode constatar.{{hidden|<sup>114</sup>}} | ||
Uma vez que esse fenômeno é colocado em ligação com um instinto que eu mesmo possuo, então é precisamente esta a explicação {{udashed|desejada}} «{{udashed|almejada}}»; isto é, aquela que resolve o puzzlement (perplexidade) particular «esta {{udashed|dificuldade}} particular». E uma reflexão «pesquisa posterior» sobre a história do meu instinto move-se em outros trilhos.{{hidden|<sup>115</sup>}} | Uma vez que esse fenômeno é colocado em ligação com um instinto que eu mesmo possuo, então é precisamente esta a explicação {{udashed|desejada}} «{{udashed|almejada}}»; isto é, aquela que resolve o puzzlement (perplexidade) particular «esta {{udashed|dificuldade}} particular». E uma reflexão «pesquisa posterior» sobre a história do meu instinto move-se em outros trilhos.{{hidden|<sup>115</sup>}} |