Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer: Difference between revisions

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Quem é comovido pela majestade da morte, pode expressá-lo por meio de uma tal vida. – Isto também não é nenhuma explicação, claro, mas apenas substituir um símbolo por outro. Ou: uma cerimônia por outra.<sup>42</sup>
Quem é comovido pela majestade da morte, pode expressá-lo por meio de uma tal vida. – Isto também não é nenhuma explicação, claro, mas apenas substituir um símbolo por outro. Ou: uma cerimônia por outra.<sup>42</sup>
Num símbolo religioso não está posta nenhuma ''opinião'' como
fundamento.
E só à opinião corresponde o erro.<sup>43</sup>
Poder-se-ia dizer: este e este acontecimento se realizaram; ri, se podes.'''<sup>44</sup>'''
'''(TS 211, p. 315)'''
A ação religiosa, ou a vida religiosa do rei-sacerdote não é de outro tipo que toda a ação religiosa autêntica de hoje, por exemplo de uma  confissão  de  pecados.   Também esta se  pode ―''explicar''‖  e  não se pode explicar.<sup>45</sup>
Queimar em efígie.<sup>46</sup> Beijar a imagem da pessoa amada. É ''claro'' que isto ''não'' se baseia na crença em uma determinada efetividade sobre o objeto que a imagem apresenta. Isso só visa uma satisfação, e também a obtém. Ou melhor, isso ''não visa'' absolutamente nada; nós agimos assim mesmo e nos sentimos satisfeitos.<sup>47</sup>
Poder-se-ia também beijar o nome da pessoa amada, e aqui estaria clara a substituição pelo nome. <sup>48</sup>
O próprio selvagem, que aparenta matar seu inimigo, cuja imagem perfura, constrói realmente a sua cabana de madeira e entalha artisticamente a sua flecha, e nunca em efígie.<sup>49</sup>
A ideia de que se pode chamar a atenção de um objeto inanimado, como se chama a atenção de uma pessoa para si. Aqui, isso é o princípio da personificação.<sup>50</sup>
E a magia sempre repousa sobre a ideia do simbolismo e da linguagem.<sup>51</sup>
A apresentação de um desejo é, eo ipso, a apresentação da sua realização.<sup>52</sup>
A magia, claro, efetiva a apresentação de um desejo; ela exterioriza um desejo.<sup>53</sup>
'''(TS 211, p. 316)'''
O batismo como lavagem. – Um erro se produz, antes de tudo,
quando a magia é interpretada cientificamente.<sup>54</sup>
Se a adoção de uma criança ocorre de modo que a mãe a retira do seu vestido,<sup>55</sup> então é insano acreditar que existe aqui um ''erro'' e que ela acredita ter dado a luz à criança.
Deve-se diferenciar das operações mágicas aquelas que se baseiam numa falsa, demasiadamente simples, representação das coisas e processos. Se alguém talvez diz que a doença é tirada de uma parte do corpo para outra, ou acha dispositivos que a desviam, como se fosse um líquido ou um estado calórico. Então produz-se nesse momento, portanto, uma imagem falsa, o que quer dizer aqui desacertada.<sup>56</sup>
Que estreiteza da vida mental da parte de Frazer! E que
impossibilidade de conceber uma outra vida diferente da inglesa do seu tempo!
Frazer não consegue pensar em nenhum sacerdote que não seja,
fundamentalmente, um pároco inglês do nosso tempo, com toda a sua estupidez e debilidade.<sup>57</sup>
Por que não deveria a pessoa poder ter o seu nome como sagrado? Por um lado, este é o instrumento mais importante que lhe é dado; por outro lado, é como uma jóia que lhe é pendurada quando nasce.
Quão enganosas são as explicações de Frazer, vê-se – creio eu –, em que se poderia muito bem inventar os próprios costumes primitivos, e teria que ser uma coincidência se eles não fossem realmente encontrados em algum lugar. Quer dizer, o princípio segundo o qual esses costumes são ordenados é muito mais geral do que na explicação de Frazer, e está na nossa própria mente, de modo que podemos por nós mesmos conceber todas as possibilidades.<sup>58</sup> – Que talvez o rei de uma tribo seja preservado da visão de todos, podemos muito bem conceber, mas também que todo
'''(TS 211, p. 317)'''
homem da tribo deva vê-lo. Este último poderia vir a ocorrer certamente não para qualquer um de modo mais ou menos casual, mas ele seria ''mostrado'' ao  povo.   Talvez não fosse permitido  a  ninguém tocar nele,
talvez, no entanto, todos ''tivessem'' que tocá-lo. Pensemos que, depois da morte de Schubert, seu irmão cortou as suas partituras em pequenos pedaços, e deu aos seus discípulos preferidos alguns compassos desses pedaços. Este ato, como sinal de devoção, nos é compreensível ''do mesmo modo'' que o outro, as partituras intocadas, ninguém tendo acesso, preservadas. E se o irmão de Schubert as tivesse queimado, isso também seria compreensível como sinal de devoção.<sup>59</sup>
O cerimonial (quente ou frio), ao contrário do casual (morno), caracteriza a devoção.
Sim, as explicações de Frazer não seriam em absoluto nenhuma explicação se elas não apelassem em último termo para alguma inclinação em nós mesmos.<sup>60</sup>
O comer e o beber estão ligados ao perigo<sup>61</sup> não só para os selvagens, mas também para nós; nada mais natural que querer proteger- se dele; pois nós podemos conceber por nós mesmos essas medidas de segurança. – Mas segundo qual princípio nós as imaginamos// segundo qual princípio nós as inventamos //? Evidentemente de acordo com uma forma, depois que todos os perigos tiverem sido reduzidos a alguns muito simples, e que seja visível sem esforço pelas pessoas. Portanto, segundo o mesmo princípio pelo qual as pessoas incultas nos dizem que a doença passa da cabeça para o peito etc., etc. Nessas imagens simples a personificação, naturalmente, joga um grande papel, porquanto nos é //  de todos // conhecido que os homens (portanto, espíritos) podem  se tornar perigosos para os homens.<sup>62</sup>
Que a sombra de uma pessoa, que vemos como uma pessoa, ou a sua imagem no espelho, que chuva, trovoada, as fases da lua, a mudança das estações, a semelhança e a diferença dos animais entre si e com as pessoas, as manifestações da morte, o nascimento e a vida sexual,
'''(TS 211, p. 318)'''
em suma, tudo que as pessoas todos os anos percebem ao redor de si, e ligam de múltiplas maneiras entre si, é compreensível que se apresentem
//joguem um papel// no seu pensamento (na sua filosofia) e nos seus costumes, ou é de fato isto o que nós realmente sabemos e é interessante.<sup>63</sup>
Como poderia o fogo ou a semelhança do fogo com o sol deixar de causar uma impressão no espírito desperto do homem? Mas não talvez ―porque ele não consegue explicar‖ (a tola superstição do nosso tempo) – Pois isso seria menos impressionante por meio de uma ―explicação‖? –<sup>64</sup>
A magia em ―Alice no País das Maravilhas‖ no secar pela leitura do mais seco que há.<sup>65</sup>
Pela cura mágica de uma doença dá-se-lhe a ''entender'' que deveria sair do paciente.
Na descrição de uma cura mágica, quer-se sempre dizer: se a
doença não entende ''isso'', então eu não sei ''como'' se dever dizer algo para ela.<sup>66</sup>
Nada é tão difícil como justiça diante dos fatos.<sup>67</sup>
Eu não quero dizer que o ''fogo'' tenha que causar diretamente alguma impressão a todos. O fogo não mais, como qualquer outro fenômeno, e um fenômeno para uma pessoa e outro para outra. Pois, nenhum fenômeno é por si especialmente misterioso, mas todos podem vir a sê-lo para nós, e este é precisamente o característico no despertar do espírito do homem, que para ele um fenômeno venha a ter um significado. Poder-se-ia quase dizer que "o homem é um animal cerimonial."<sup>68</sup> Isto é talvez em parte falso, em parte absurdo, mas aqui também há algo de correto.<sup>69</sup>
Isto é, poder-se-ia começar um livro sobre antropologia assim: quando se considera a vida e a conduta do homem sobre a terra, é possível ver que, além do que se pode denominar atividades animais, a alimentação etc., etc., etc., há também realizações que carregam um caráter
'''(TS 211, p. 319)'''
totalmente  outro    //específico// e que se poderiam denominar ações rituais.<sup>70</sup>
É, no entanto, absurdo que se diga, para continuar, que o característico ''dessa''s ações seria que elas se originam de concepções errôneas sobre a física das coisas. (Assim faz Frazer quando diz que a magia é essencialmente uma física falsa, ou uma medicina//terapêutica//, uma técnica falsa etc.)<sup>71</sup>
Antes, o característico da ação ritual é não ter nenhum parecer, nenhuma opinião, como se ela fosse verdadeira ou falsa, conquanto uma opinião – uma crença – possa ela mesma também ser ritual, pertencer a um rito.<sup>72</sup>
Quando se toma como natural que o homem se diverte com sua fantasia, então se considera que esta fantasia não é como uma imagem pintada ou como um modelo plástico, mas como uma configuração complicada de componentes heterogêneos: palavras e imagens.<sup>73</sup>
Não mais se colocará então o operar com sinais escritos – e sonoros – como contrário ao operar com ―imagens de representação‖ dos acontecimentos.<sup>74</sup>
Nós temos que arar toda a extensão da linguagem.<sup>75</sup>
Frazer:  ―...  That  these observances are  dictated by fear  of the ghost of the slain seems certain; ...‖ (―...Que essas observâncias sejam ditadas pelo medo do fantasma do assassinado, parece certo;...‖)<sup>76</sup> Mas então por que usa Frazer a palavra ―ghost‖ (fantasma)? Ele compreende, portanto, muito bem esta superstição, já que ele nos explica o que ela é com uma palavra supersticiosa e familiar para ele. Ou antes, ele teria que poder ver que também fala em nós algo em favor do modo de agir dos selvagens. – Quando eu, que não creio que haja em qualquer parte seres humanos sobre-humanos que possam ser chamados de deuses – quando digo: ―temo a vingança dos deuses‖, isso mostra que eu (posso) quero dizer algo com isso, ou posso dar expressão a um sentimento, que não está necessariamente
'''(TS 211, p. 320)'''
ligado àquela crença.<sup>77</sup>
Frazer seria capaz de acreditar que um selvagem morre por equívoco. Nos livros de leitura da escola primária consta que Átila empreendeu sua grande expedição militar porque acreditava que possuía a espada do deus do trovão.
Frazer é muito mais ''savage'' (selvagem)<sup>78</sup> que a maioria dos seus ''savages'' (selvagens), pois estes não estariam tão longe da compreensão  de uma questão mental remota quanto um inglês do século XX. ''Suas'' explicações das práticas primitivas são muito mais toscas que o próprio sentido dessas práticas.<sup>79</sup>
A explicação histórica, a explicação como uma hipótese da evolução, é só ''uma'' espécie de resumo dos dados – a sua sinopse. Assim como também é possível ver os dados na sua relação uns com os outros e resumi-los numa imagem geral, sem fazê-lo na forma de uma hipótese sobre a evolução temporal.<sup>80</sup>
Identificação dos próprios deuses com os deuses de outros povos. Nos convencemos de que os nomes têm o mesmo significado.<sup>81</sup>
―E assim o coro aponta para uma lei secreta‖,<sup>82</sup> poder-se-ia dizer da coletânea de fatos frazereana. Esta lei, esta ideia, eu ''posso'' exprimir // apresentar// mediante uma hipótese evolutiva, ou também, em analogia com o esquema de uma planta, pelo esquema de uma cerimônia religiosa, ou tão só pelo agrupamento dos materiais factuais somente, numa apresentação  ―''panorâmica''‖.<sup>83</sup>
'''(TS 211, p. 321)'''
O conceito de apresentação panorâmica<sup>84</sup> tem para nós<sup>85</sup> a mais fundamental importância. Ele marca a nossa forma de apresentação, a maneira como
'''(TS 211, p. 281)'''
nós vemos as coisas. (Uma espécie de ―visão de mundo‖ tal como é aparentemente típica do nosso tempo.<sup>86</sup> Spengler<sup>87</sup>)
Esta apresentação panorâmica proporciona o compreender // a compreensão //,<sup>88</sup> que consiste precisamente em ―ver as concatenações‖. Daí a importância do encontrar<sup>89</sup> os ''elos intermediários''.<sup>90</sup>
'''(TS 211, p. 282)'''
Um elo intermediário hipotético, entretanto, nada deve fazer nesse caso senão dirigir a atenção para a semelhança, para a concatenação, entre os ''fatos''. Como se uma pessoa, quisesse ilustrar // ilustrasse // uma relação interna da forma circular com a elipse, transformasse gradualmente uma elipse num círculo; ''mas não para afirmar que uma certa elipse factualmente, historicamente, teria se originado de um círculo'' (hipótese evolutiva), senão somente para aguçar nosso olho para uma concatenação formal.<sup>91</sup>
Mas eu posso ver também a hipótese evolutiva<sup>92</sup> como um Nada além, como<sup>93</sup> a «uma» vestimenta de uma concatenação formal.
'''(TS 211, p. 322)'''
Gostaria de dizer: nada mostra melhor nosso parentesco com aqueles selvagens do que Frazer ter à mão uma palavra tão familiar para ele  e para  nós  como  ―ghost‖  (fantasma)ou ―shade‖  (sombra),  para descrever a maneira de ver daquela gente.<sup>94</sup>
'''(TS 211, p. 250)'''
(Claro que seria outra coisa se ele talvez descrevesse que os selvagens imaginavam // imaginam // que a sua cabeça cairia no chão se eles matassem um inimigo a pancadas. Aqui a ''nossa descrição'' não teria em si nada de supersticioso ou mágico.)<sup>95</sup>
Na realidade, essa estranheza não se refere só às expressões ―ghost‖ (fantasma) e ―shade‖ (sombra), e muito pouca atenção se dá ao fato de que contabilizamos a palavra  ―alma‖,  ―espírito‖ (―spirit‖),  no nosso próprio vocabulário culto. Comparado a isto, é uma ninharia o fato de que não acreditamos que nossa alma coma e beba.<sup>96</sup>
Na nossa linguagem está assentada toda uma mitologia.<sup>97</sup>
Exorcismo da morte ou assassinato da morte;<sup>98</sup> mas, por outro lado, ela foi representada como um esqueleto, como algo morto em certo sentido. ―As dead as death.‖ ‗Nada é tão morto como a morte; nada é tão belo quanto a própria beleza.‘ A imagem sob a qual se pensa aqui a realidade  é  a  de  que  a  beleza,  a  morte  etc. é a substância pura (concentrada) «são as substâncias puras (concentradas)», ao passo que ela«s» existe«m» como mistura em um objeto belo.<sup>99</sup> – Não reconheço aqui minhas próprias observações sobre ‗objeto‘ e ‗complexo‘?<sup>100</sup>
'''(TS 211, p. 251)'''
Nos antigos ritos temos o uso de uma linguagem de gestos extremamente cultivada.<sup>101</sup>
Quando leio Frazer gostaria de dizer a cada passo: todos esses processos, essas transformações do significado, nós temos ainda diante de nós na nossa linguagem verbal. Quando o que se dissimula no último feixe, no que é chamado de ‗lobo do grão‘, mas também o próprio feixe e o homem que o ata,<sup>102</sup> reconhecemos aqui um processo da linguagem bem familiar.<sup>103</sup>
'''(TS 211, p. 281)'''
Eu poderia imaginar que teria tido a alternativa de escolher um ser da terra como moradia para a minha alma, e que meu espírito tivesse escolhido essa criatura pouco vistosa (não-atraente) como seu assento e ponto de vista. Talvez porque para ele
'''(MS 110 p. 253)'''
a escolha de um belo assento seria repugnante. Para isso, na realidade, o espírito teria que estar muito seguro de si.<sup>104</sup>
Poder-se-ia dizer que ―toda vista tem a sua sedução‖, mas isso seria falso. O correto é dizer que toda a vista é significativa para aquele que a vê como significativa (o que não quer dizer que ele a veja como diferente do que é). E neste sentido, toda vista é igualmente significativa.<sup>105</sup>
Na verdade, é importante que eu também tenha que «i  me» apropriar do desprezo dos outros por mim, como uma parte essencial e significativa do mundo vista do meu lugar.<sup>106</sup>
'''(MS 110, p. 254)'''
Se uma pessoa tivesse nascido «i se» «deixado  nascer» livremente numa árvore de uma floresta: então haveria aqueles que selecionariam a árvore mais bela ou a mais alta, aqueles que escolheriam a mais baixa e aqueles que escolheriam uma árvore média ou menor que uma média; e entendo que eles o fariam não por filistinismo, mas pela razão, ou pelo tipo de razão, pelo qual o outro escolheu a mais alta. Que o sentimento que temos pela nossa vida seja comparável ao da pessoa que pôde escolher o seu ponto de vista no mundo, está na base, creio, do mito –  ou da crença – de que escolhemos o nosso corpo antes do nascimento.<sup>107</sup>
'''(MS 110, p. 255)'''
Acredito que o característico do homem primitivo é que ele nunca age por causa de ''opiniões''<sup>108</sup> (contra Frazer). Leio, entre muitos exemplos semelhantes, sobre um Rei da Chuva, na África, a quem o povo roga por chuva ''quando chega o período das chuvas''.<sup>109</sup> Isso não significa, porém, que eles queiram propriamente dizer que ele possa fazer chover, se não eles o fariam no período mais seco do ano, em que a terra é ―a parched and arid desert‖ (um queimado e árido deserto). Pois ao se admitir que o povo, certa vez, por estupidez, criou este encargo para o Rei da Chuva, nesse caso fica certamente claro que eles já tinham antes a experiência de que a chuva começa em março, e então teriam<sup>110</sup> posto o Rei da Chuva para funcionar na parte restante do ano. Ou então: pela manhã, quando o sol estiver por nascer, os homens celebram<sup>111</sup> o rito da alvorada, mas não à noite, quando simplesmente acendem as lâmpadas.<sup>112</sup>
[Quando estou furioso com algo, bato às vezes minha bengala na terra ou contra uma árvore etc. Mas não acredito que a terra seja culpada ou que a bengala possa ajudar em algo. ―Descarrego minha fúria‖. E todos os ritos são desse tipo. Essas ações podem ser denominadas como ações
'''(MS 110, p. 297)'''
instintivas. – E uma explicação histórica do que talvez eu ou os meus antepassados acreditaram antes, de que bater na terra ajudava em algo, são fantasmagorias, são hipóteses supérfluas que ''nada'' explicam.<sup>113</sup> O importante é a semelhança do ato com o meu ato de castigar; porém, mais do que essa semelhança, nada se pode constatar. <sup>114</sup>
Uma vez que esse fenômeno é colocado em ligação com um instinto que eu mesmo possuo, então é precisamente esta a explicação desejada «almejada»; isto é, aquela que resolve o puzzlement (perplexidade)  particular  «esta dificuldade  particular». E uma reflexão «pesquisa posterior» sobre a história do meu instinto  move-se em outros trilhos.<sup>115</sup>