Tractatus Logico-Philosophicus (português): Difference between revisions

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'''4.27''' A respeito da subsistência e da não-subsistência de ''n'' estados de coisas dá-se <math>K_n = \sum_{\nu=0}^n \binom{n}{\nu}</math> possibilidades.
'''4.27''' A respeito da subsistência e da não-subsistência de ''n'' estados de coisas dá-se <math>K_n = \sum_{\nu=0}^n \binom{n}{\nu}</math> possibilidades.
É possível todas as combinações de estados de coisas subsistirem e outras não subsistirem.
'''4.28''' A essas combinações correspondem assim muitas possibilidades de verdade — e falsidade — de ''n'' proposições elementares.
'''4.3''' As possibilidades de verdade das proposições elementares denotam as possibilidades da subsistência e da não-subsistência de estados de coisas.
'''4.31''' Podemos representar as possibilidades de verdade do seguinte modo ("''V''" denota "verdadeiro", "''F''" denota "falso". As séries de "''V''" e "''F''" sob a série das proposições elementares denotam suas possi- bilidades de verdade num simbolismo fàcilmente compreensível):
{{TLP 4.31 pt}}
'''4.4''' A proposição é a expressão da concordância e da discordância com as possibilidades de verdade das proposições elementares.
'''4.41''' As possibilidades de verdade das proposições elementares são as condições da verdade e falsidade das proposições.
'''4.411''' É de antemão provável que a introdução de proposições elementares seja fundamental para a compreensão de todos os outros modos de proposição. A compreensão das proposições universais, com efeito, depende ''palpàvelmente'' da das proposições elementares.
'''4.42''' No que respeita à concordância ou à discordância de uma proposição com as possibilidades de verdade de ''n'' proposições elementares há <math>\sum_{\kappa=0}^{K_n} \binom{K_n}{\kappa} = L_n</math> possibilidades
'''4.43''' A concordância com as possibilidades de verdade podemos exprimi-la apondo-lhe no esquema a insígnia "''V''" (verdadeiro).
A falta dessa insígnia denota a discordância.
'''4.431''' A expressão da concordância e da discordância com as possibilidades de verdade das proposições elementares exprime as condições de verdade da proposição.
A proposição é expressão de suas condições de verdade.
(Por isso Frege agiu corretamente ao tomá-las desde logo como explicação dos signos de sua ideografia. Somente a explicação do conceito de verdade em Frege é falsa: fôssem realmente "o verdadeiro" e "o falso" os objetos e os argumentos em ∼''p'', etc., então, segundo a determinação de Frege, o sentido de "∼''p''" não estaria determinado de modo algum.)
'''4.44''' O signo que surge por meio da aposição dessa insígnia "''V''" às possibilidades de verdade é um signo proposicional.
'''4.441''' É claro que nenhum objeto (ou complexo de objetos) corresponde ao complexo de signos "''F''" ou "''V''"; tampouco como às linhas horizontais ou verticais ou aos parenteses. — Não há "objetos lógicos".
Algo análogo vale naturalmente para todos os signos que exprimem a mesma coisa que os esquemas de "''V''" e "''F''".
'''4.442''' Por exemplo:
{{TLP 4.442 pt}}
é um signo proposicional.
(O "traço de juízo" "⊢", introduzido por Frege, do ponto de vista lógico carece inteiramente de denotação; indica em Frege (e Russell) que tais autores tomam como verdadeiras as proposições assim designadas. "⊢" pertence tão pouco à construção da proposição como, por exemplo, a numeração das proposições. Uma proposição não pode, de forma alguma, assertar de si mesma que é verdadeira.)
Se as séries de possibilidades de verdade forem fixadas de vez no esquema, por meio de uma regra de combinação, a última coluna por si só já exprime as condições de verdade. Ao escrevermos esta coluna como série, o signo proposicional será o seguinte: "(''VV''–''V'') (''p'', ''q'')", ou de modo mais nítido "(''VVFV'') (''p'', ''q'')".
(O número de posições no interior dos parênteses da esquerda está determinado pelo número de têrmos dos da direita.)
'''4.45''' Para ''n'' proposições elementares há L grupos possíveis de condições de verdade.
Os grupos de condições de verdade que pertencem às possibilidades de verdade de um número de proposições elementares ordenam-se numa série.
'''4.46''' Entre os grupos possíveis de condições de verdade há dois casos extremos.
No primeiro caso a proposição é verdadeira para todas as condições de verdade das proposições elementares. Dizemos então que as condições de verdade são ''tautológicas''.
No segundo caso a proposição é falsa para tôdas as condições de verdade: as condições de verdade são ''contraditórias''.