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Pretende, portanto, estabelecer um limite ao pensar, ou melhor, não ao pensar mas à expressão do pensamento, porquanto para traçar um limite ao pensar deveríamos poder pensar ambos os lados dêsse limite (de sorte que deveríamos pensar o que não pode ser pensado). | Pretende, portanto, estabelecer um limite ao pensar, ou melhor, não ao pensar mas à expressão do pensamento, porquanto para traçar um limite ao pensar deveríamos poder pensar ambos os lados dêsse limite (de sorte que deveríamos pensar o que não pode ser pensado). | ||
O limite será, pois, traçado | O limite será, pois, traçado ùnicamente no interior da lingua; tudo o que fica além dêle será simplesmente absurdo. | ||
Não quero julgar até onde meus esforços coincidem com os de outros filósofos. Por certo o que escrevi não pretende ser original no pormenor; por isso não dou fonte alguma, pôsto que me é indiferente se o que pensei já foi pensado por alguém antes de mim. | Não quero julgar até onde meus esforços coincidem com os de outros filósofos. Por certo o que escrevi não pretende ser original no pormenor; por isso não dou fonte alguma, pôsto que me é indiferente se o que pensei já foi pensado por alguém antes de mim. | ||
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{{ParTLP|2.012}} Nada é acidental na lógica: se uma coisa ''puder'' aparecer num estado de coisas, a possibilidade do estado de coisas já deve estar antecipada nela. | {{ParTLP|2.012}} Nada é acidental na lógica: se uma coisa ''puder'' aparecer num estado de coisas, a possibilidade do estado de coisas já deve estar antecipada nela. | ||
{{ParTLP|2.0121}} Parece, por assim dizer, acidental que à coisa, que poderia subsistir sozinha e para si, viesse ajustar-se em seguida uma situação | {{ParTLP|2.0121}} Parece, por assim dizer, acidental que à coisa, que poderia subsistir sozinha e para si, viesse ajustar-se em seguida uma situação. | ||
Se as coisas podem aparecer em estados de coisas, então isto já deve estar nelas. | Se as coisas podem aparecer em estados de coisas, então isto já deve estar nelas. | ||
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{{ParTLP|2.1512}} É como padrão de medida que se aplica à realidade. | {{ParTLP|2.1512}} É como padrão de medida que se aplica à realidade. | ||
{{ParTLP|2.15121}} | {{ParTLP|2.15121}} Sòmente os pontos mais exteriores das linhas divisórias ''tocam'' o objeto a ser medido. | ||
{{ParTLP|2.1513}} Segundo essa concepção, também pertence à figuração a forma afigurante que precisamente a torna figuração. | {{ParTLP|2.1513}} Segundo essa concepção, também pertence à figuração a forma afigurante que precisamente a torna figuração. | ||
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(A variável nome também.) | (A variável nome também.) | ||
{{ParTLP|3.315}} Se transformarmos uma parte constituinte de uma proposição numa variável, existe então uma classe de proposições constituída por todos os valores da proposição variável assim resultante. Esta classe ainda depende em geral do que nós, segundo um ajuste arbitrário, chamamos partes da proposição. Se, no entanto, transformarmos todos aquêles signos, cujas denotações foram determinadas | {{ParTLP|3.315}} Se transformarmos uma parte constituinte de uma proposição numa variável, existe então uma classe de proposições constituída por todos os valores da proposição variável assim resultante. Esta classe ainda depende em geral do que nós, segundo um ajuste arbitrário, chamamos partes da proposição. Se, no entanto, transformarmos todos aquêles signos, cujas denotações foram determinadas arbitrariamente, em variáveis, ainda continua a existir aquela classe. Esta, porém, não mais depende de qualquer ajuste, mas ùnicamente da natureza da proposição. Corresponde a uma forma lógica — a uma protofiguração lógica. | ||
{{ParTLP|3.316}} Fixam-se os valores que a variável proposicional deve tomar. | {{ParTLP|3.316}} Fixam-se os valores que a variável proposicional deve tomar. | ||
Line 363: | Line 363: | ||
A fixação é uma descrição dessas proposições. | A fixação é uma descrição dessas proposições. | ||
A fixação se ocupará, pois, | A fixação se ocupará, pois, ùnicamente dos símbolos, não se ocupando de sua denotação. | ||
E para a fixação é essencial ''ser apenas uma descrição de símbolos, nada assertando sobre o designado''. Como se dá a descrição da proposição é inessencial. | E para a fixação é essencial ''ser apenas uma descrição de símbolos, nada assertando sobre o designado''. Como se dá a descrição da proposição é inessencial. | ||
Line 389: | Line 389: | ||
{{ParTLP|3.326}} Para reconhecer o símbolo no signo deve-se atentar para seu uso significativo. | {{ParTLP|3.326}} Para reconhecer o símbolo no signo deve-se atentar para seu uso significativo. | ||
{{ParTLP|3.327}} O signo determina uma forma lógica | {{ParTLP|3.327}} O signo determina uma forma lógica sòmente junto de sua utilização lógico-sintática. | ||
{{ParTLP|3.328}} Se um signo ''não'' tem ''serventia'', então êle é desprovido de denotação. Este é o sentido do lema de Occam. | {{ParTLP|3.328}} Se um signo ''não'' tem ''serventia'', então êle é desprovido de denotação. Este é o sentido do lema de Occam. | ||
Line 523: | Line 523: | ||
Ela será compreendida, caso se compreenda suas partes constituintes. | Ela será compreendida, caso se compreenda suas partes constituintes. | ||
{{ParTLP|4.025}} A tradução de uma linguagem para outra não se dá como se se traduzisse cada ''proposição'' de uma numa ''proposição'' da outra, mas | {{ParTLP|4.025}} A tradução de uma linguagem para outra não se dá como se se traduzisse cada ''proposição'' de uma numa ''proposição'' da outra, mas sòmente as partes da proposição são traduzidas. | ||
(E o dicionário não traduz apenas substantivos, mas ainda verbos, adjetivos, conectivos, etc.; e trata-os todos de modo igual.) | (E o dicionário não traduz apenas substantivos, mas ainda verbos, adjetivos, conectivos, etc.; e trata-os todos de modo igual.) | ||
Line 551: | Line 551: | ||
Meu pensamento basilar é que as “constantes lógicas” nada substituem; que a ''lógica'' dos fatos não se deixa substituir. | Meu pensamento basilar é que as “constantes lógicas” nada substituem; que a ''lógica'' dos fatos não se deixa substituir. | ||
{{ParTLP|4.032}} A proposição é uma figuração da situação | {{ParTLP|4.032}} A proposição é uma figuração da situação ùnicamente enquanto fôr lògicamente articulada. | ||
(Também a proposição ''Ambulo'' é composta, pois sua raiz com outra desinência nos dá outro sentido, o mesmo acontecendo se esta desinência estiver com outra raiz.) | (Também a proposição ''Ambulo'' é composta, pois sua raiz com outra desinência nos dá outro sentido, o mesmo acontecendo se esta desinência estiver com outra raiz.) | ||
Line 571: | Line 571: | ||
{{ParTLP|4.05}} Compara-se a realidade com a proposição. | {{ParTLP|4.05}} Compara-se a realidade com a proposição. | ||
{{ParTLP|4.06}} | {{ParTLP|4.06}} Sòmente por isso a proposição pode ser verdadeira ou falsa, quando ela é uma figuração da realidade. | ||
{{ParTLP|4.061}} Se não se observar que uma proposição possui sentido independente dos fatos, então fàcilmente se acredita que o verdadeiro e o falso são relações eqüiponderantes entre signos e designado. | {{ParTLP|4.061}} Se não se observar que uma proposição possui sentido independente dos fatos, então fàcilmente se acredita que o verdadeiro e o falso são relações eqüiponderantes entre signos e designado. | ||
Line 657: | Line 657: | ||
{{ParTLP|4.1212}} O que ''pode'' ser mostrado ''não pode'' ser dito. | {{ParTLP|4.1212}} O que ''pode'' ser mostrado ''não pode'' ser dito. | ||
{{ParTLP|4.1213}} Agora compreendemos nosso sentimento de que estamos de posse de uma concepção lógica correta | {{ParTLP|4.1213}} Agora compreendemos nosso sentimento de que estamos de posse de uma concepção lógica correta sòmente quando tudo esteja conforme em nossa linguagem simbólica. | ||
{{ParTLP|4.122}} Podemos em certo sentido falar de propriedades formais de objetos e estados de coisas, em particular de propriedades da estrutura dos fatos, e no mesmo sentido de relações formais e de relações de estruturas. | {{ParTLP|4.122}} Podemos em certo sentido falar de propriedades formais de objetos e estados de coisas, em particular de propriedades da estrutura dos fatos, e no mesmo sentido de relações formais e de relações de estruturas. | ||
Line 817: | Line 817: | ||
A proposição é expressão de suas condições de verdade. | A proposição é expressão de suas condições de verdade. | ||
(Por isso Frege agiu corretamente ao tomá-las desde logo como explicação dos signos de sua ideografia. | (Por isso Frege agiu corretamente ao tomá-las desde logo como explicação dos signos de sua ideografia. Sòmente a explicação do conceito de verdade em Frege é falsa: fôssem realmente “o verdadeiro” e “o falso” os objetos e os argumentos em ∼''p'', etc., então, segundo a determinação de Frege, o sentido de “∼''p''” não estaria determinado de modo algum.) | ||
{{ParTLP|4.44}} O signo que surge por meio da aposição dessa insígnia “''V''” às possibilidades de verdade é um signo proposicional. | {{ParTLP|4.44}} O signo que surge por meio da aposição dessa insígnia “''V''” às possibilidades de verdade é um signo proposicional. | ||
Line 889: | Line 889: | ||
{{ParTLP|4.5}} Agora parece possível estabelecer a forma mais geral da proposição, isto é, estabelecer uma descrição das proposições numa linguagem simbólica ''qualquer'', de tal modo que cada um dos sentidos possíveis poderia ser expresso por um símbolo adequado à descrição e cada símbolo adequado à descrição poderia exprimir um sentido, se as denotações dos nomes fôssem convenientemente escolhidas. | {{ParTLP|4.5}} Agora parece possível estabelecer a forma mais geral da proposição, isto é, estabelecer uma descrição das proposições numa linguagem simbólica ''qualquer'', de tal modo que cada um dos sentidos possíveis poderia ser expresso por um símbolo adequado à descrição e cada símbolo adequado à descrição poderia exprimir um sentido, se as denotações dos nomes fôssem convenientemente escolhidas. | ||
É claro que, descrevendo a forma mais geral de uma proposição, '' | É claro que, descrevendo a forma mais geral de uma proposição, ''sòmente'' o que é essencial deve ser descrito — caso contrário não seria a mais geral. | ||
Prova-se a existência de uma forma geral da proposição porque não deve haver proposição alguma cuja forma não seja antes pressuposta (isto é, construída). A forma geral da proposição é: isto ''está'' do seguinte modo. | Prova-se a existência de uma forma geral da proposição porque não deve haver proposição alguma cuja forma não seja antes pressuposta (isto é, construída). A forma geral da proposição é: isto ''está'' do seguinte modo. | ||
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O modo de inferência há de ser captado apenas de ambas as proposições. | O modo de inferência há de ser captado apenas de ambas as proposições. | ||
Sòmente elas podem justificar a inferência. | |||
“Regras de inferência” que — como em Frege e Russell — devem justificar a inferência são vazias de sentido e seriam supérfluas. | “Regras de inferência” que — como em Frege e Russell — devem justificar a inferência são vazias de sentido e seriam supérfluas. | ||
Line 1,055: | Line 1,055: | ||
{{ParTLP|5.1511}} Não há nenhum objeto particular próprio às proposições probabilísticas. | {{ParTLP|5.1511}} Não há nenhum objeto particular próprio às proposições probabilísticas. | ||
{{ParTLP|5.152}} Chamamos | {{ParTLP|5.152}} Chamamos mùtuamente independentes as proposições que não têm em comum com outras qualquer argumento de verdade. | ||
Duas proposições elementares têm entre si a probabilidade ½. | Duas proposições elementares têm entre si a probabilidade ½. | ||
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{{ParTLP|5.51}} Se ''ξ'' tiver apenas um valor, <math>N (\bar{\xi})</math> <nowiki>=</nowiki> ∼''p'' (não ''p''), se tiver dois valôres, <math>N (\bar{\xi})</math> <nowiki>=</nowiki> ∼''p'' . ∼''q'' (nem ''p'' nem ''q''). | {{ParTLP|5.51}} Se ''ξ'' tiver apenas um valor, <math>N (\bar{\xi})</math> <nowiki>=</nowiki> ∼''p'' (não ''p''), se tiver dois valôres, <math>N (\bar{\xi})</math> <nowiki>=</nowiki> ∼''p'' . ∼''q'' (nem ''p'' nem ''q''). | ||
{{ParTLP|5.511}} Como é possível a lógica, que tudo abrange e espelha o mundo, precisar de tais artifícios e manipulações especiais? | {{ParTLP|5.511}} Como é possível a lógica, que tudo abrange e espelha o mundo, precisar de tais artifícios e manipulações especiais? Sòmente porque tudo isto está ligado a uma rêde infinitamente fina, ao grande espelho. | ||
{{ParTLP|5.512}} “∼''p''” é verdadeiro se “''p''” fôr falso. Portanto, numa proposição verdadeira “~''p''”, “''p''” é uma falsa proposição. Como lhe é possível fazer o traço “∼” concordar com a realidade? | {{ParTLP|5.512}} “∼''p''” é verdadeiro se “''p''” fôr falso. Portanto, numa proposição verdadeira “~''p''”, “''p''” é uma falsa proposição. Como lhe é possível fazer o traço “∼” concordar com a realidade? | ||
Line 1,339: | Line 1,339: | ||
{{ParTLP|5.53}} Exprimo a igualdade de objetos pela igualdade de signos e não graças ao auxílio de um signo de igualdade. E a diversidade dos objetos por meio da diversidade de signos. | {{ParTLP|5.53}} Exprimo a igualdade de objetos pela igualdade de signos e não graças ao auxílio de um signo de igualdade. E a diversidade dos objetos por meio da diversidade de signos. | ||
{{ParTLP|5.5301}} É óbvio que a identidade não é uma relação entre objetos. Isto se torna muito claro quando se considera, por exemplo, a proposição “(''x'') : ''fx'' . ⊃ . ''x'' <nowiki>=</nowiki> ''a''”. A proposição diz meramente que ''apenas'' ''a'' satisfaz a função ''f'', mas não diz que | {{ParTLP|5.5301}} É óbvio que a identidade não é uma relação entre objetos. Isto se torna muito claro quando se considera, por exemplo, a proposição “(''x'') : ''fx'' . ⊃ . ''x'' <nowiki>=</nowiki> ''a''”. A proposição diz meramente que ''apenas'' ''a'' satisfaz a função ''f'', mas não diz que sòmente as coisas que mantêm uma certa relação com ''a'' satisfazem a função ''f''. | ||
Poder-se-ia sem dúvida dizer que ''sòmente'' a mantém esta relação com ''a'', mas para exprimi-lo precisamos do signo da igualdade. | Poder-se-ia sem dúvida dizer que ''sòmente'' a mantém esta relação com ''a'', mas para exprimi-lo precisamos do signo da igualdade. | ||
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Como seria também possível que, na lógica, tivesse que me ocupar de formas que posso inventar? No entanto, devo ocupar-me com o que me torna possível inventá-las. | Como seria também possível que, na lógica, tivesse que me ocupar de formas que posso inventar? No entanto, devo ocupar-me com o que me torna possível inventá-las. | ||
{{ParTLP|5.556}} Não pode haver hierarquia de formas das proposições elementares. Podemos pressupor | {{ParTLP|5.556}} Não pode haver hierarquia de formas das proposições elementares. Podemos pressupor sòmente o que nós próprios construímos. | ||
{{ParTLP|5.5561}} A realidade empírica é limitada pela totalidade dos objetos. O limite reaparece na totalidade das proposições elementares. | {{ParTLP|5.5561}} A realidade empírica é limitada pela totalidade dos objetos. O limite reaparece na totalidade das proposições elementares. | ||
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{{ParTLP|6.112}} A explicação correta das proposições lógicas deve conferir-lhe uma posição peculiar entre todas as proposições. | {{ParTLP|6.112}} A explicação correta das proposições lógicas deve conferir-lhe uma posição peculiar entre todas as proposições. | ||
{{ParTLP|6.113}} É marca característica e particular das proposições lógicas que se possa conhecer apenas pelo símbolo quando são verdadeiras, e êste fato contém em si tôda a filosofia da lógica. Assim, é um dos fatos mais importantes que a verdade ou a falsidade das proposições não-lógicas ''não'' é conhecida | {{ParTLP|6.113}} É marca característica e particular das proposições lógicas que se possa conhecer apenas pelo símbolo quando são verdadeiras, e êste fato contém em si tôda a filosofia da lógica. Assim, é um dos fatos mais importantes que a verdade ou a falsidade das proposições não-lógicas ''não'' é conhecida ùnicamente na proposição. | ||
{{ParTLP|6.12}} As proposições da lógica são tautologias; isto ''mostra'' as propriedades (lógicas) formais da linguagem, do mundo. | {{ParTLP|6.12}} As proposições da lógica são tautologias; isto ''mostra'' as propriedades (lógicas) formais da linguagem, do mundo. | ||
Line 1,734: | Line 1,734: | ||
{{ParTLP|6.3431}} Através de todo o aparato lógico, as leis físicas ainda falam de objetos do mundo. | {{ParTLP|6.3431}} Através de todo o aparato lógico, as leis físicas ainda falam de objetos do mundo. | ||
{{ParTLP|6.3432}} Não devemos nos esquecer de que a descrição do mundo feita pela mecânica é sempre inteiramente geral. Nunca trata, por exemplo, de um ponto material ''determinado'', mas | {{ParTLP|6.3432}} Não devemos nos esquecer de que a descrição do mundo feita pela mecânica é sempre inteiramente geral. Nunca trata, por exemplo, de um ponto material ''determinado'', mas ùnicamente de ''qualquer um''. | ||
{{ParTLP|6.35}} Embora as manchas em nossa figuração sejam figuras geométricas, a geometria evidentemente nada tem a dizer sobre sua forma efetiva e sobre sua condição. A rêde, porém, é ''puramente'' geométrica, tôdas as suas propriedades podem ser dadas ''a priori''. | {{ParTLP|6.35}} Embora as manchas em nossa figuração sejam figuras geométricas, a geometria evidentemente nada tem a dizer sobre sua forma efetiva e sobre sua condição. A rêde, porém, é ''puramente'' geométrica, tôdas as suas propriedades podem ser dadas ''a priori''. | ||
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{{ParTLP|6.374}} Se acontecesse tudo o que desejássemos, isto seria, por assim dizer, uma graça do destino, já que não há vinculação ''lógica'' entre vontade e mundo; e, suposta uma vinculação física, não podemos querê-la de novo. | {{ParTLP|6.374}} Se acontecesse tudo o que desejássemos, isto seria, por assim dizer, uma graça do destino, já que não há vinculação ''lógica'' entre vontade e mundo; e, suposta uma vinculação física, não podemos querê-la de novo. | ||
{{ParTLP|6.375}} Havendo | {{ParTLP|6.375}} Havendo sòmente uma necessidade ''lógica'', só há uma impossibilidade ''lógica''. | ||
{{ParTLP|6.3751}} Que, por exemplo, duas côres estejam concomitantemente no mesmo lugar do campo visual é impossível, e por certo lògicamente impossível, porquanto isto se exclui em virtude da estrutura lógica da côr. | {{ParTLP|6.3751}} Que, por exemplo, duas côres estejam concomitantemente no mesmo lugar do campo visual é impossível, e por certo lògicamente impossível, porquanto isto se exclui em virtude da estrutura lógica da côr. |